terça-feira, 8 de setembro de 2009

Felicitacion pour le bon travail, monsieur Sarkozy

Sarkozy está de parabéns, o 07 de Setembro certamente será uma data inesquecível para os Franceses e Brasileiros.

Brasil e França assinaram importantes memorandos de entendimentos e contratos de transferências de tecnologias sencíveis, importantes não só para o Brasil que precisa se reaparelhar e portanto procurava um parceiro fiável e disposto a ceder tecnologias capazes de prover a industria nacional a capacidade de projetar e construir seus próprios sistemas de armas, como para França que buscava uma nação amiga e um parceiro político ideológico desprovido de pretenções de dominações hegemônicas.

A França sai vitoriosa neste 7 de Setembro, pois encontrou um parceiro comercial, militar e ideológico, capaz de sustentar a luta pela multipolarização do poder global e ainda apoiar a indústria de defesa francesa que vinha sofrendo embargos, pressões econômicas e políticas em todas as suas recentes concorrências.

Sarkozy aproxima-se do Brasil com uma proposta de parceria estratégica de longo prazo, e não apenas com a oferta de produtos militares. Propõe e defende abertamente a inclusão do Brasil nos forum mundiais contrariando até mesmo os seus aliados mais próximos, europeus que temem a ascenção de uma nova potência americana ( Há dois séculos atraz a França apoiou a que hoje é a maior potencia mundial, a história tende a se repetir).

O projeto Brasil França prevê negócios e parcerias em todas as áreas como transporte, educação, defesa, agricultura, aeroespacial, naval, científico e econômico, é um plano de estado para muitos anos e não somente uma parceria temporária e promessa de governo atual como as demais propostas apresentadas ao Brasil, país este, chamado para resolver problemas como as gerras mundias, crises econômicas entre outras, entretanto após passada a tempestade é relegado ao papel secundário pelos seus principais aliados.

Chegou a hora do Brasil parar de pedir para ser ouvido, e o acordo com a França é uma resposta ao tratamento até então vigente.

Bienvenue monsier Sarkozy, que esta aliança seja duradoura e frutífera.

Negócios com a França

Como é sabido as Força Armadas Brasilerias estão passando por um processo de expansão e revitalização, e neste contexto, apesar da negativa constante das autoridades brasileiras, o plano estratégico Brasil/ França parece sim influenciar nas decisões de aquisições de equipamento militares e doutrinas das Forças Armadas para os próximos 30 anos.

Tudo indica que a França passe a se tornar o maior fornecedor de equipamentos militares ao Brasil, o qual tornar-se-á o segundo usuário de equipamentos de origem francesa, perdendo apenas para a própria França, como é óbvio.

Neste contexto importantes negócios foram fechados como o do tão aguardado FX, programa de reaparelhamento da força de caçadores da FAB, entretanto outras negociações estão em curso e poderão elevar facilmente as cifras envolvidas para a ordem de centenas de milhões de euros nos próximos 30 anos.

F-X

No 7 de Setembro o Ministério da Defesa anunciou a escolha do Dassault Rafale F3 como futuro caça da Força Aérea Brasileira, em negociação estariam 36 aeronaves mas que apartir de 2014 poderão chegar à 150 caças num valor estimado de US$ 15 bi.

O número de caças pode ainda ser maior uma vez que, por se tratar de uma aeronave capaz de pousar e decolar de Navios Aeródromos, o Rafale será muito provavelmente escolhido pela Marinha do Brasil para equipar os seus grupos de caças embarcados que deverão substituir os atuais A-4.

H-X

Com a transferência da linha de produção para o Brasil, a França promete produzir em Itajubá MG, todas as 50 aeronaves EC-725 Caracal encomendados pelas Força Armadas Brasileras, há potencial e demanda para encomendas posteriores.

Sabe-se por exemplo que a demanda do pré-sal exigirá o uso de aeronaves do porte do EC-725 para o transporte de funcionários que trabalharão em alto mar nas cidades flutuantes da infra estrutura de exploração de petróleo.

Além disso, a Erurocopter aposta ainda no desenvolvimento do primeiro helicóptero projetado e desenvolvido no Brasil, uma promessa muito bem recebida pelas autoridades Brasieliras.

SSN e SSK

No 7 de setembro foi assinado ainda os acordos para o desenvolvimento do Submarino Nuclear Brasilerio, projetado e construído em parceria com a DCNs e que seria segundo algumas fontes, baseado no projeto do futuro submarino nuclear de ataque Francês da Classe Suffren ou Barracuda.

Informações recentes dão conta de que o o modelo brasilerio será maior e o casco terá também um diâmetro maior que o do Francês. A França se compromete aconstruir a Base naval e a infraestrutura de apoio aos nucleares, instalações complexas e que devem atender a níveis elevados de segurança.

Fora isto, estará sendo transferido ao Brasil a capacidade de desnvolver seus próprios submarinos, todos os navios serão construídos em solo brasileiro. O contrato de construção do primeiro submarino já foi acertado e deverá estar em operação em 2021. A Marinha do Brasil pretende operar pelo menos 5 submarinos nucleares até 2035, esta arma será o divisor de águas na história naval Brasileira.

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Com a pretenção de ampliar a sua frota de submarinos, a marinha do Brasil lançou mão da aquisição dos submarinos SSK da classe Scorpène, dos quais 4 já fora encomendados, estima-se que a Marinha pretenda adiquiri um segundo lote de 5 navios elevando para 9 o total de Scorpene na Força Naval.

Tal como os nucleares, os SSK serão produzidos no Brasil, sendo que as primeiras unidades terão peças e componentes construídos na França.

Oportunidades Futuras

Além dos acordos supra citados, existe ainda uma gama enorme de oportunidades as quais as indústrias francesas podem lograr-se vencedoras, as concorrências para o reaparelhamento militar brasileiro poderão ser prevalecidas (embora as autoridades brasileiras contestem) pela afinidade Brasil França, o que pode pesar nas decisões..

Patrulheiros costeiros e off shore

A demanda do pré sal exigirá o incremento do número de meios disponíveis para patrulha, vigilância e socorro, já foram firmados contratos para a construção de 8 patrulheiros NAPA 500 e espera-se a aquisição de até 27 destes navios para a patrulha e vigilância, os navios estão sendo construídos no Brasil e integram sistemas brasileiros.

Futuramente a Marinha abrirá a concorrência para a aquisição de um patrulheiro off shore que destina-se a patrulha a longo raio, a DCNs oferece como proposta a moderna e flexível família Gowind de corvetas e OPV.

Estima-se que sejam necessários pelo menos 5 navios, mas unidades adicionais poderão ser adiquiridas no futuro.

Escoltas

As Fragatas Steatlh FREMM estão na concorrência para as futuras escoltas da Marinha do Brasil, estima-se que será aberta em breve a concorrência para aquisição e construção no Brasil de 10 navios sendo 4 dedicados a defesa Anti-aérea e 6 para emprego geral.

As moderníssimas FREMM são apontadas como favoritas juntamente com as coreanas KDX II, estima-se que a Marinha necessitará de lotes posteriores, a DCNs está na concorrência e pretende abocanhar esta importante encomenda.



Navio de Assalto

É de conhecimento geral que a Marinha do Brasil pretende adiquirir navios de assalto e de apoio logístico e neste contexto a moderna classe de BPC franceses Mistral apresenta-se como uma possibilidade de aquisição, os navios são modernos e econômicos, o custo de aquisição também é surpreendentemente baixo e são uma alternativa interessante.

Estima-se que a Marinha do Brasil pretenda adquirir pelo menos 2 destes navios reforçando assim a sua capacidade de assalto e apoio a operações no exterior.

Navio Aeródromo

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Entre muitos estudos em andamento prevê-se a substituição lá por 2020 do Navio aeródromo São Paulo, e neste caso um dos fortes candidatos a sua substituição é um outro projeto Francês o do Porta Aviões Nuclear da classe Charles De Gaule.

O modelo oferecido para o Brasil se situaria na faixa de 40000 toneladas e seria movido a propulsão convencional. Com a escolha do Rafale pela FAB, torna-se mais fácil a escolha deste vetor como caça naval o que aumenta as chances da DCNs em emplacar o De Gaule convencional para aMarinha do Brasil uma vez que os caças seriam compatíveis com o Nae.

Recentemente foi noticiado que a Marinha avalia a possibilidade no futuro de operar até 2 NAe e a DCNs está de olho nesta oportunidade.
Sistemas de Armas.
Uma vez escolhidas as plataformas e vetores, abre-se uma gama ainda maior de oportunidades para a indústria Francesa, já que serão necessárias as aquisições de armamentos para estes.

Uma vez escolhidos os submarinos DCNs a marinha do Brasil optou pelos torpedos Black Shark um dos mais modernos torpedos do mundo, estas armas deverão equipar a força de submarinos da Marinha do Brasil.

Outras armas a serem adiquiridas para os submarinos serão os Mísseis de ataque naval SM-39 Exocet que juntamento com a sua variante de lançamento aérea e de superfície equiparão a Marinha do Brasil.

A MBDA dispõe-se ainda a coperar no desenvolvimento do futuro míssil nacional de ataque naval o MAN-1 que está sendo desenvolvido com acessoria francesa, o MAN-1 terá um perfil muito semelhante aos mísseis franceses supra citados.

Ainda no campo de mísseis, existe uma necessidade tanto da Marinha quanto do Exército para aquisição de mísseis de médio e longo alcance, e neste campo os modelos Aster 30 e 15 também configuram-se como fortes candidatos.

Tanto a Marinha, ( Escoltas) como o Exército que procura equipar-se com uma divisão de defesa Anti-Aérea necessitam de baterias de mísseis de defesa desta categoria e pode estar ai uma oportunidade casada de negócios..

UCAV- VANT C

Um dos pré requisitos do programa FX é a transferência de tecnologia para capacitação da indústria nacional de projetar o seu futuro caça de 5ª Geração, entretanto este caça poderá não ser um avião tripulado podendo ser saltado do atual Rafale, 4.5 G para um 6G diretamente.

Neste contexto o Dassault Neuron aparece como candidato forte, e a participação do Brasil num programa como este está agora facilitada pela vitória do Rafale na concorrência do FX.

Satélite Geo-Estacionário

Estão abertas as negociações e os Franceses veem com interesse a necessidade do desenvolvimento do programa de satélites geoestacionários para fins militares e civis do governo Brasileiro, existe uma possibilidade grande de negócios.

A pouco falou-se inclusive da possibilidade de entrada do Brasil no programa de satélites de posicionamento global europeu GALILEU, o GPS europeu.

COBRA/ FELIN

Não é segredo que o programa do soldado do futuro ou COBRA (COmbatente BRAsileiro), será baseado no projeto francês, FELIN, este sistema visa dotar o soldado de capacidade de operação em ambientes de rede dos mais modernos, equipados com armamentos em estado de arte.

O COBRA será desenvolvido em conjunto com os Franceses e visa equipar as unidades de infantaria do exército dos mais avançados sistemas de armas, situacional e comunicações disponíveis.

Sumário

Este é apenas um resumo dos projetos e possibilidades das quais os Franceses tem interesses em cooperar com Brasil. Existem outros acordos e negociações que ainda estão em andamento.

A parceria estratégica com a França prevê intercâmbios em diversos campos e promete ser algo antes nunca experimentado por ambas as Nações.

Parabéns à Sarkosy que conseguiu implementar uma guinada político estratégica em seu país escolhendo o Brasil como aliado preferencial em todos os variados campos não somente no militar. O 7 de Setembro, o dia mais improtante para a história do Brasil, o da sua independência sela também o dia e que foram assumidos os compromissos mais importantes para a estratégia de Geo Política de ambas as nações, que de mãos dadas esperam moldar o futuro segundo suas visões.

Pode-se dizer que no “Ano da França no Brasil”, a França veio para ficar…

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